quarta-feira, novembro 15, 2006

Barreiro Cáustico – O Défice... 3ª Parte (fim)


Aqui à tempos, Jorge Sampaio afirmou que “Há vida para além do défice”. Esta frase acabou por se tornar célebre e muito grata ao Partido do Costume, que se serve dela como “chavão” para atacar todas as tentativas de redução da despesa pública preconizadas pelo Governo...

E o que dizer da Câmara do Barreiro, agora que já que passou um ano desde que os comunistas tomaram posse, assumindo os destinos da autarquia?
O que foi efectivamente feito por Carlos Humberto e pela sua equipa para ultrapassar a grave crise financeira em que a Câmara se encontra mergulhada?

Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Será que os comunistas (que tanto criticam a obsessão do Governo com os números), quando estão no poder, implementam e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?
Ou estaremos apenas perante a mera demagogia e a dissimulação nas suas formas mais puras?

E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?



(continuação)
Continuando a nossa apreciação relativa ao primeiro ano de mandato comunista, não podemos deixar de referir que, no que diz respeito ao combate ao défice das contas Munícipais, o PC optou claramente pela solução mais fácil, dando prioridade total ao aumento de receitas.

Esta solução não traría mal nenhum ao mundo não fora o facto de a mesma equivaler ao aumento dos valores que os Munícipes tem de pagar para os cofres da autarquia....


....e é aqui que encontramos o primeiro grande sinal de demagogia, pois se por um lado a Câmara e o Partido do Costume tudo fazem para “agitar” a população contra a suposta “injustiça” fiscal imposta pelo governo, acusando-o de obsessão pelo défice, por outro lado e em simultâneo, decidem avançar com aumentos da água, dos passes / bilhetes de autocarros, dos impostos municipais e das mais variadas taxas que são cobradas habitualmente pelas actividades privadas sujeitas a licenciamento (que vão desde o comércio até às obras), e para cúmulo tem o descaramento de dar um tom de inevitabilidade aos referidos aumentos, justificando que são necessários para combater a dívida da CMB (ou seja o défice).

É nesta fase da conversa, que o nosso estimado (e)leitor barreirense, deverá compreender que alguém está a gozar à grande consigo...


...Pois aqueles que “de manhã” até lhe oferecem boleias (nos autocarros da CMB/TCB) para ir a Lisboa, de bandeirinha vermelha na mão, participar nas manifestações contra os “ladrões” do governo, são os mesmos que “à tarde” não têm qualquer pejo em ir-lhe ao bolso no preço da água, no seu passe de autocarro e no dos seus filhos também, no Imposto Munícipal sobre Imóveis (IMI), no IMT, na derrama (que por ter uma base tributária sobre as empresas, acaba por se reflectir no preço final dos produtos apresentados aos consumidores), na licença para “isto” e para “aquilo” também, etc, etc.

Pois é meu amigo (e)leitor, se já compreendeu que no Barreiro existem duas visões do combate ao défice deixo-lhe a seguintes questões para sua reflexão:

Por quanto tempo mais é que pretende continuar a alinhar com esta fraude populista que não passa de uma mera operação de propaganda política do PC?

Se pensa que é necessário que os cidadãos se manifestem contra a cegueira do défice a nível nacional, então porque não se deveriam manifestar também ao nível local pelos mesmos motivos?

Ou então, ...se considera que a abordagem de Carlos Humberto e da sua equipa (aumento dos valores taxados e tributados) para combater o défice das contas Munícipais no Barreiro, é a correcta, porque não se questiona sobre quais as verdadeiras intenções dos representantes e eleitos do PCP, quando os ouve criticar as medidas do governo de combate ao endividamento?


Por outro lado e que se saiba, no Barreiro não existe nenhuma grande política do tipo do PRACE, mas na realidade existe um “mini-PRACE”, ou seja, à semelhança do que o Governo pretende fazer, também Carlos Humberto vai avançar com uma Reestructuração dos Serviços Munícipais...

Não nos pretendemos alongar muito nesta matéria (que será devidamente abordada a seu tempo), mas e porque da mesma derivam questões relevantes para a redução das despesas do município com pessoas ou seja, despesas com os recursos humanos e porque reduzir despesas também é combater o défice, então cá vai:

Tendo em conta que a Câmara do Barreiro não tem nenhum quadro de supranumerários, o que podia PCP fazer para reduzir as despesas com salários?

Podia fazer exactamente o que fez, ou seja mandar embora trabalhadores que estivessem com contratos a prazo ou a recibos verdes...
(Curiosidade: Também nos constou que “por coincidência” entre as pessoas que foram atiradas para o DESEMPREGO não consta nenhum militante do Partido do Costume)

Em suma, uma vez mais se comprova que para o PC a manipulação da opinião pública não tem limites, pois nos jornais, na TV, na rádio, nos panfletos, nas manifestações, somos bombardeados com slogans nos quais é exigido ao Governo que proceda à regularização dos contratos a prazo e dos recibos verdes (Exigência idêntica foi colocada recentemente pelo PCP à Câmara de Lisboa).
Simultâneamente no barreiro reduz-se o défice à lançando contratados a prazo no desemprego.


Pois é meu amigo (e)leitor, hoje já é a segunda vez que o provoco directamente e desta vez pergunto-lhe se também já compreendeu que no Barreiro existem duas visões do combate ao défice através da diminuição de trabalhadores?

E então, ainda tem vontade de participar em manifestações contra o autismo, o autoritarismo, a ladroagem, o carreirismo, o aproveitadorismo, a incompetência, a negligência e a cegueira do défice?

É que se ainda tiver já sabe, escusa de ir para Lisboa, pode manifestar-se contra todas estas coisas mesmo ali à porta da Câmara Munícipal do Barreiro e...
... exigir ao sr Carlos Humberto e ao seu partido, que não estejam só a pensar nos números da dívida... e que comecem também a pensar no Barreiro e nos Barreirenses também.



Deste... manifestamente vosso,
Barreiro Cáustico


P.S.-
E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?
Comentar ou não comentar esta questão?
Deixo ao vosso critério....


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