quarta-feira, novembro 22, 2006

Barreiro Cáustico – Enigma - Mudar o Logótipo???... olhe que não... olhe que não!

O post de hoje é diferente, é uma espécie de desafio mental à capacidade de os nossos estimados (e)leitores resolverem mistérios, charadas e enigmas....


Num destes dias de chuva, encontrei um velho amigo que trabalha em design publicitário, fomos beber um café e no meio da conversa lá veio à baila a política barreirense e mais precisamente o facto de eu ter lido no “ROSTOS” um artigo no qual se referia a existência de um forte desconforto por parte do colectivo comunista barreirense, relativamente ao Logótipo da CMB
.(clique aqui para ler o artigo)

Este desconforto, tem como ponto de partida o facto de o actual “Logo” ter sido escolhido pelos Socialistas (aquando da sua passagem pelo poder no mandato anterior) e ter simbolizado a ruptura com a imagem dos moinhos que os comunistas haviam validado anteriormente tanto para a CMB, como para os TCBs (curiosamente no que diz respeito aos TCBs, o logótipo dos moinhos nunca foi alterado e ainda hoje se mantem igual).

Este desconforto, tem como ponto de chegada a reivindicação, por parte de muitos comunistas, da reposição do Logótipo anterior.

Esta revindicação enquadra-se perfeitamente na lógica habitual do Partido do Costume, que vive o presente... a sonhar que o futuro... ainda voltará a ser como o passado....

É (portanto) uma questão de dialética aplicada, se é que me faço entender....

Sobre esta reivindicação, parece que o edil municipal comunista terá afirmado que uma alteração do símbolo da Câmara importaría custos muito elevados, pelo que, em virtude disso, o “Logo” da CMB não vai mudar (pelo menos para já).

O presidente terá, no entanto confessado que ele próprio não se identifica com o “logótipo” actual, que ele interpreta como um “revanchismo” socialista e que pessoalmente gosta mais do simbolo dos moinhos.

Em função de tudo isto, eu comentei com o meu amigo:
- Já viste que até com esta história do logótipo, o que está em causa é que, “eles” passam todo o tempo a tentar empurrar-nos para o passado e para a mentalidade miserabilista de suburbio operário?

Ao que o meu amigo respondeu (e relembro que ele é publicitário):
- Mas tu achas mesmo que um logótipo como o actual, representou uma mudança da imagem de marca do Barreiro no sub-consciente das pessoas? - e acrescentou - Os comunistas mudarem o logótipo?? Olhe que não... Olhe que não!! (risos)

- Mas porquê que colocas a questão ao nível do sub-consciente e não do consciente? - perguntei eu.

- Porque em publicidade, toda a gente sabe que numa compra, em caso de indecisão por parte do consumidor, é o sub-consciente quem determina a escolha de um produto em detrimento de outro....

- E qual é a relação entre isso que tu estás a dizer e o Logótipo do Barreiro? - questionei já com alguma impaciência, ao que ele retorquiu de uma forma que na altura considerei, no mínimo.... enígmática:

- Primeiro rodas aproximadamente 3/4 no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio. Depois, apagas três circulos e acrescentas um rectângulo à lua... Seguidamente colocas um trapézio sobre a linha recta e rematas com uma estrela.
Por fim... pintas tudo de vermelho e já está.


Afinal o que quería o meu amigo dizer com aquela frase?

Qual sería a solução para esta charada?




Fico à espera dos vossos comentários/respostas, a solução sai no próximo post (eh! eh!).

Deste... enigmáticamente vosso,
Barreiro Cáustico


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quarta-feira, novembro 15, 2006

Barreiro Cáustico – O Défice... 3ª Parte (fim)


Aqui à tempos, Jorge Sampaio afirmou que “Há vida para além do défice”. Esta frase acabou por se tornar célebre e muito grata ao Partido do Costume, que se serve dela como “chavão” para atacar todas as tentativas de redução da despesa pública preconizadas pelo Governo...

E o que dizer da Câmara do Barreiro, agora que já que passou um ano desde que os comunistas tomaram posse, assumindo os destinos da autarquia?
O que foi efectivamente feito por Carlos Humberto e pela sua equipa para ultrapassar a grave crise financeira em que a Câmara se encontra mergulhada?

Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Será que os comunistas (que tanto criticam a obsessão do Governo com os números), quando estão no poder, implementam e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?
Ou estaremos apenas perante a mera demagogia e a dissimulação nas suas formas mais puras?

E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?



(continuação)
Continuando a nossa apreciação relativa ao primeiro ano de mandato comunista, não podemos deixar de referir que, no que diz respeito ao combate ao défice das contas Munícipais, o PC optou claramente pela solução mais fácil, dando prioridade total ao aumento de receitas.

Esta solução não traría mal nenhum ao mundo não fora o facto de a mesma equivaler ao aumento dos valores que os Munícipes tem de pagar para os cofres da autarquia....


....e é aqui que encontramos o primeiro grande sinal de demagogia, pois se por um lado a Câmara e o Partido do Costume tudo fazem para “agitar” a população contra a suposta “injustiça” fiscal imposta pelo governo, acusando-o de obsessão pelo défice, por outro lado e em simultâneo, decidem avançar com aumentos da água, dos passes / bilhetes de autocarros, dos impostos municipais e das mais variadas taxas que são cobradas habitualmente pelas actividades privadas sujeitas a licenciamento (que vão desde o comércio até às obras), e para cúmulo tem o descaramento de dar um tom de inevitabilidade aos referidos aumentos, justificando que são necessários para combater a dívida da CMB (ou seja o défice).

É nesta fase da conversa, que o nosso estimado (e)leitor barreirense, deverá compreender que alguém está a gozar à grande consigo...


...Pois aqueles que “de manhã” até lhe oferecem boleias (nos autocarros da CMB/TCB) para ir a Lisboa, de bandeirinha vermelha na mão, participar nas manifestações contra os “ladrões” do governo, são os mesmos que “à tarde” não têm qualquer pejo em ir-lhe ao bolso no preço da água, no seu passe de autocarro e no dos seus filhos também, no Imposto Munícipal sobre Imóveis (IMI), no IMT, na derrama (que por ter uma base tributária sobre as empresas, acaba por se reflectir no preço final dos produtos apresentados aos consumidores), na licença para “isto” e para “aquilo” também, etc, etc.

Pois é meu amigo (e)leitor, se já compreendeu que no Barreiro existem duas visões do combate ao défice deixo-lhe a seguintes questões para sua reflexão:

Por quanto tempo mais é que pretende continuar a alinhar com esta fraude populista que não passa de uma mera operação de propaganda política do PC?

Se pensa que é necessário que os cidadãos se manifestem contra a cegueira do défice a nível nacional, então porque não se deveriam manifestar também ao nível local pelos mesmos motivos?

Ou então, ...se considera que a abordagem de Carlos Humberto e da sua equipa (aumento dos valores taxados e tributados) para combater o défice das contas Munícipais no Barreiro, é a correcta, porque não se questiona sobre quais as verdadeiras intenções dos representantes e eleitos do PCP, quando os ouve criticar as medidas do governo de combate ao endividamento?


Por outro lado e que se saiba, no Barreiro não existe nenhuma grande política do tipo do PRACE, mas na realidade existe um “mini-PRACE”, ou seja, à semelhança do que o Governo pretende fazer, também Carlos Humberto vai avançar com uma Reestructuração dos Serviços Munícipais...

Não nos pretendemos alongar muito nesta matéria (que será devidamente abordada a seu tempo), mas e porque da mesma derivam questões relevantes para a redução das despesas do município com pessoas ou seja, despesas com os recursos humanos e porque reduzir despesas também é combater o défice, então cá vai:

Tendo em conta que a Câmara do Barreiro não tem nenhum quadro de supranumerários, o que podia PCP fazer para reduzir as despesas com salários?

Podia fazer exactamente o que fez, ou seja mandar embora trabalhadores que estivessem com contratos a prazo ou a recibos verdes...
(Curiosidade: Também nos constou que “por coincidência” entre as pessoas que foram atiradas para o DESEMPREGO não consta nenhum militante do Partido do Costume)

Em suma, uma vez mais se comprova que para o PC a manipulação da opinião pública não tem limites, pois nos jornais, na TV, na rádio, nos panfletos, nas manifestações, somos bombardeados com slogans nos quais é exigido ao Governo que proceda à regularização dos contratos a prazo e dos recibos verdes (Exigência idêntica foi colocada recentemente pelo PCP à Câmara de Lisboa).
Simultâneamente no barreiro reduz-se o défice à lançando contratados a prazo no desemprego.


Pois é meu amigo (e)leitor, hoje já é a segunda vez que o provoco directamente e desta vez pergunto-lhe se também já compreendeu que no Barreiro existem duas visões do combate ao défice através da diminuição de trabalhadores?

E então, ainda tem vontade de participar em manifestações contra o autismo, o autoritarismo, a ladroagem, o carreirismo, o aproveitadorismo, a incompetência, a negligência e a cegueira do défice?

É que se ainda tiver já sabe, escusa de ir para Lisboa, pode manifestar-se contra todas estas coisas mesmo ali à porta da Câmara Munícipal do Barreiro e...
... exigir ao sr Carlos Humberto e ao seu partido, que não estejam só a pensar nos números da dívida... e que comecem também a pensar no Barreiro e nos Barreirenses também.



Deste... manifestamente vosso,
Barreiro Cáustico


P.S.-
E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?
Comentar ou não comentar esta questão?
Deixo ao vosso critério....


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quarta-feira, novembro 08, 2006

Barreiro Cáustico – O Défice... 2ª Parte


Aqui à tempos, Jorge Sampaio afirmou que “Há vida para além do défice”. Esta frase acabou por se tornar célebre e muito grata ao Partido do Costume, que se serve dela como “chavão” para atacar todas as tentativas de redução da despesa pública preconizadas pelo Governo...

E o que dizer da Câmara do Barreiro, agora que já que passou um ano desde que os comunistas tomaram posse, assumindo os destinos da autarquia?

O que foi efectivamente feito por Carlos Humberto e pela sua equipa para ultrapassar a grave crise financeira em que a Câmara se encontra mergulhada?


Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Será que os comunistas conhecem e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?


E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?



(continuação)
É certo que as contas da autarquia barreirense refletem uma situação de défice.
Também é certo que a propaganda oficial do partido do costume, tratou de inculcar nos barreirenses a ideia de que o PCP (ou será a CDU) encontrou a Câmara do Barreiro mergulhada numa grave crise financeira que sería da inteira responsabilidade do PS nos quatro anos em que esteve no poder.

Até aqui, tudo normal... até o mais mal informado dos nossos (e)leitores sabe que o partido do costume nunca assume expressamente que errou no passado, que erra constantemente no presente e que não tem visão para o futuro...

Para além disso, todos nós sabemos que para o PC, a culpa nunca morre solteira...

...A culpa é sempre dos outros partidos (verdes não incluidos), do Governo, do Sócrates, do anterior executivo camarário, da Ministra, do Secretário de Estado, da senhora das fotocópias, dos computadores, do papa, dos americanos, do Soares, do Cavaco, do Bill Gates, do Mantorras....eu sei lá... a culpa é do resto do mundo e das pessoas não comunistas.

Em suma, a culpa e responsabilidade por tudo o que estiver mal é sempre dos “outros”.

Mas, debruçando-nos agora sobre o tema, própriamente dito, deste post e que é o défice, passamos a descrever como é que o Barreiro Cáustico avalía este primeiro ano de mandato do PC no Barreiro:

Em primeiro lugar entendemos que numa perspectiva conceptual, a situação que Carlos Humberto encontrou no Município do Barreiro, é em tudo muito semelhante às situações que, quer Sócrates, quer Durão Barroso encontraram no País, aquando da tomada de posse de cada um.
Como é óbvio, faço esta afirmação não com base nos valores financeiros em causa, mas sim com base no conceito de que qualquer um destes senhores encontrou, (no quadro do exercicio dos seus mandatos), contas públicas em situação de défice, ou seja numa situação em que as receitas não cobrem as despesas.


Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Aparentemente não há e afirmo isto porque ao observar o discurso do sr Presidente da Câmara, verifiquei que todos os esforços foram feitos para causar o máximo de alarmismo, tendo a CMB sido apresentada aos olhos do mundo como uma instituição virtualmente à beira da falência.

Lembram-se desta estratégia?
Pois é... tal e qual a do sr Durão Barroso que afirmava que o País estáva de “tanga” e com isso comprou mais uns meses de sossego que lhe permitiram ganhar o tempo suficiente para resolver a sua vidinha e fugir para Bruxelas pouco antes de os Portugueses perceberem que o PSD não fazia minima ideia sobre como devería o défice ser reduzido.

Também Carlos Humberto sabia que não tinha ideias, nem projectos realmente credíveis e inovadores para o Barreiro e por isso, apostou na única coisa que o seu partido sabe fazer e que foi básicamente potenciar a mistificação da irresponsabilidade e a propaganda miserabilista do PCP com base no conceito de que o Município do Barreiro não tem dinheiro.

Assim Carlos Humberto, sempre que alguém lhe exigiu trabalho e obra, agarrou-se com “unhas e dentes” à afirmação:
“-Eu até gostava muito e fazer algumas coisas, mas herdamos uma grande dívida e a autarquia não tem verbas...”.
Esta postura de auto-vitimização tem-lhe rendido alguns frutos, permitido entre outras coisas, desviar as atenções da população relativamente à incapacidade, ao laxismo e à incompetência do seu executivo.
Quem sabe se, com uma postura destas, também não o veremos a fazer companhia ao Durão em Bruxelas..
...talvez um dia destes..


E no capítulo da Gestão Autárquica própriamente dita?

Será que os comunistas (que tanto criticam a obsessão do Governo com os números), quando estão no poder, implementam e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?

Ou estaremos apenas perante a mera banalização da demagogia e da dissimulação nas suas formas mais puras?



As respostas para estas perguntas ficam para o post que se segue...
Não perca as “cenas dos próximos capítulos”.... a 3ª parte será publicada muito em breve
(Continua)


Deste, ainda em grave e profunda dívida para convosco,
Barreiro Cáustico


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terça-feira, outubro 31, 2006

Barreiro Cáustico – O Défice... 1ª Parte



Aqui à tempos, Jorge Sampaio afirmou que “Há vida para além do défice”.

Esta frase acabou por se tornar célebre e muito grata ao Partido do Costume, que se serve dela como “chavão” para atacar todas as tentativas de redução da despesa pública preconizadas pelo Governo...

E o que dizer da Câmara do Barreiro, agora que passou um ano, desde que os comunistas tomaram posse assumindo os destinos da autarquia?

Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Será que os comunistas conhecem e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?

E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?



E já agora, o que é o défice?
Alguém sabe?


Na minha humilde opinião (que não sou economista), o défice ocorre sempre que uma qualquer entidade gasta acima das suas potencialidades de gerar receitas que cubram as despesas (este conceito é aplicável quer se trate de uma pessoa singular, de uma familia, de uma empresa, de um clube, de uma Câmara, de um País, etc...).

Normalmente (e talvez com excepção para o Alberto João Jardim, que até ao orçamento de estado de 2007 parecia ter dinheiro para tudo) ninguém tem à disposição todo o dinheiro que precisa e é por isso, que é normal que se recorra a empréstimos bancários para garantir o financiamento imediato de coisas que serão pagas a prestações, com juros e de forma diluída no tempo.

Esta solução, apesar de ser necessária e útil, tem um senão que é o facto de criar uma situação de endividamento que se prolonga até à conclusão do pagamento integral do valor em dívida ,por exemplo, os 30 anos de pagamento prestações ao Banco, relativos ao Empréstimo que a maior parte de nós tem de contrair para poder adquirir Habitação Própria.

Ora este endividamento, também ele próprio contribui para o agravamento das despesas fixas e se por acaso continuar a crescer desmesuradamente e vier a ultrapassar a capacidade que se prevê de gerar receitas para o pagar, então ocorrerá é uma situação grave de défice que conduzirá a uma espiral de endividamento ou até, numa situação extrema de incapacidade para pagar as dívidas, à banca-rota.

Na verdade, perante uma situação de défice, só existem duas opções de resolução:
Aumentar as receitas ou (preferencialmente) diminuir as despesas, ou ambas.


É assim que qualquer pessoa faz, se verificar que não tem dinheiro para pagar todas as contas e souber que pedir emprestado ao banco apenas permite adiar o problema no tempo, conduzindo inevitávelmente ao seu agravamento...
(até porque os bancos só emprestam até ao limite da nossa capacidade de endividamento, que é medido através da taxa de esforço).

Qualquer pessoa, quando confrontada com uma situação destas, tenta por um lado ganhar mais dinheiro, seja através do seu trabalho, seja através da venda de bens (o que infelizmente só dá dinheiro uma vez) e por outro lado faz contas à vida e tenta perceber como é que pode poupar nas despesas de consumo e por exemplo, deixa de fumar.

Ora, foi isto mesmo que José Sócrates fez ao perceber que não havia dinheiro e que não podia endividar mais o País pois sería multado pela UE.

Sócrates optou, numa primeira fase por aumentar as receitas (leia-se Impostos) e numa segunda fase por diminuir as despesas, cortando nos vícios (leia-se regalias desmesuradas para alguns carteis/corporações sociais).

A partir desse momento, o PCP (através da sua célula sindical CGTP), iniciou uma acção de propaganda (com greves, manifs, protestos, etc) visando desgastar o Governo, afirmando que Sócrates tinha mentido pois, (ao contrário das suas promessas eleitorais), tinha aumentado os impostos e que estáva obcecado com o défice e os números, não dando a devida importância às pessoas.

Diga-se de passagem que hoje em dia, me parece que, também existem muitos socialistas que já “compraram” esta linha de argumentação fácil e simplista do PCP.

No entanto Sócrates e a sua equipa têm um crédito em toda esta situação e que é o facto de ao contrário dos seus antecessores do PSD (e com particular enfase para Durão Barroso) nunca ter embarcado no discurso da “tanga”, ter arregaçado as mangas, ter feito opções, ter traçado um caminho e ter avançado com medidas no terreno sem ter medo da sua impopularidade (medidas essas que só o futuro demonstrará se estão certas ou erradas).

Em suma, Sócrates demonstrou ter o que já não se via à muitos anos nos timoneiros deste país:
Coragem e Determinação




E no Barreiro, agora que já que passou um ano desde que os comunistas tomaram posse assumindo os destinos da autarquia, o que foi feito por Carlos Humberto e pela sua equipa para ultrapassar a grave crise financeira em que a Câmara se encontra mergulhada?


Esta e outras respostas ficam para o post que se segue...
Não perca as “cenas dos próximos capítulos”.... a 2ª parte será publicada muito em breve

(Continua)



Deste, agora em grave dívida para convosco,
Barreiro Cáustico



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sexta-feira, outubro 20, 2006

Barreiro Cáustico – A Participação e os Partidos Conservadores


Hoje, no Parlamento, foi debatida e votada favoravelmente (por maioria), a proposta de realização de um Referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) até às 10 semanas.

Para não variar, os principais partidos conservadores representados votaram contra e são as posturas desses partidos que vamos agora analisar:

CDS
Como já vem sendo habitual sempre que se fala de IVG, o CDS começou por tentar lançar o caos e a confusão baralhando os conceitos e mistificando o debate com falsos alarmismos, para depois tentar fazer passar uma sabotagem linguistica à questão a ser colocada aos portugueses no referendo, com a qual pretendia substituir as palavras “despenalizar” por “liberalizar” e “IVG” por “aborto” (muito inocente... não acham?).

O CDS votou contra a realização do Referendo invocando não concordar com o teor da questão a colocar aos portugueses.

Na realidade o CDS votou contra o referendo, não por causa da versão do texto relativo à questão a referendar, mas sim porque este partido está com a “fézada” de que esse é o desejo de um eleitorado pretensamente conservador, eventualmente rural e católico-fundamentalista, sendo que é nesse mesmo eleitorado que este partido encontra (e espera reforçar) a sua base eleitoral.


PCP
O PCP, seguindo a sua tradição (que na realidade também é) conservadora, votou contra a realização do referendo, com o argumento de que a AR não tem nada que consultar os portugueses, devendo legislar automáticamente porque tem poder para o fazer.

É triste...

É triste que o PCP não queira que o referendo se realize e não queira conhecer a opinião da maioria dos portugueses sobre esta matéria.

É triste que o PCP tenha tão pouca consideração pela possibilidade de os cidadãos portugueses participarem livre e individualmente num referendo e com isso expressarem de forma directa se consideram que a lei deverá ser, ou não ser, alterada.

É triste que o PCP, (mesmo sendo uma força política claramente minoritária na sociedade portuguesa), persista na tentativa de imposição da ditadura da vontade do seu colectivo militante, a todos os portugueses.

É triste que o PCP, nos fale sempre em tom libertário de “Rupturas Democráticas” e pratique sempre, mas mesmo sempre e da mesma forma arrrogante, a RUPTURA com a DEMOCRACIA, tentando roubar-nos, por todos o meios, o poder de intervir directamente nas decisões tomadas nos orgãos de poder.

É triste que no Barreiro, O PCP nos “lave os cérebros” com campanhas de marketing político tipo OPÇÔES PARTICIPADAS, nas quais, são permanentemente invocados valores como o reforço da cidadania, ou a participação, para depois, na Assembleia da República e pelas nossas costas, nos tentar sonegar o nosso direito supremo de participar enquanto cidadãos portugueses. ...e esse direito chama-se Referendo.



Cumprimentos muito livres e totalmente democráticos,
Barreiro Cáustico


PS - Quase me esquecia... OS VERDES também votaram contra a realização do referendo e a título de argumentação repetiram exactamente o mesmo discurso do PCP (mas isso já não é novidade para ninguém, pois não?)


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domingo, outubro 08, 2006

Barreiro Cáustico Participado – Ouvir para Compreender



É sempre uma experiência muito interessante quando o autor de um blog lê os comentários, que são feitos, relativamente aos seus posts. Saber ouvir essas reacções ajuda-nos a sentir, não só a diversidade de formas como somos entendidos, como também quais as expectativas que os leitores têm relativamente àquilo que escrevemos...

Por mim, confesso que modéstia à parte, fiquei feliz ao ler os dois comentários (do JR e do Zé do Barreiro) que foram efectuados ao post anterior, primeiro porque me parece que o objectivo deste blog está a ser perfeitamente compreendido por quem o lê e em segundo lugar e muito mais importante que tudo, percebi que o Barreiro Cáustico desperta, em quem o lê, uma expectativa de verdade, de civismo e de rigor.

É a bem dessa mesma verdade, desse civismo e desse rigor, que faço questão de republicar e comentar, na página principal deste blog, o teor dos comentários acima referidos, até porque nada mais nos move senão a procura da desmistificação e da verdade.


JR said...

Boa noite, desejava só dar um pequeno esclarecimento em relação ao ponto 10º sobre a votação realizada e aprovada por unanimidade a mesma realizou-se na sessão de câmara pública em Santo António da Charneca e o vereador joaquim matias não esteve presente na mesma, sendo substituido por outro elemento da lista da cdu. Quanto ao restante não vou de momento tecer qualquer comentário.

Quarta-feira, Outubro 04, 2006 11:20:52 PM

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Zé do Barreiro said...
BC,
Apenas uma pequena nota: Se todos quisermos ser rigorosos – e sei que o BC faz todos os esforços para o ser – terá de se fazer um esclarecimento, repondo, de alguma forma, a verdade e a justiça sobre este assunto.
Quando a construção do “Mausuléu” – porque parece que é mesmo !!! – foi autorizada e aprovada, o actual vereador JM não pertencia a qualquer órgão autárquico no Barreiro.
Era apenas um Cidadão.
Este esclarecimento não significa, de todo, que esteja a defender o JM – e para mais o Zé do Barreiro … - mas será conveniente saber-se o que realmente aconteceu sobre aquela habitação e sobre o seu proprietário.
Quanto ao IMI, este ponto ficou para ser apresentado e discutido na próxima A.M. a realizar no dia 10 de Outubro, juntamente com a discussão das Finanças Locais. Vai ser “quentinha” essa Assembleia, ah isso vai …
Cumprimentos,
Zé.
Sexta-feira, Outubro 06, 2006 11:26:39 AM

Relativamente a estes comentários, quero referir, que nem sequer me preocupei em verificar a veracidade do conteudo dos mesmos, pelo que os tomei por verdadeiros a ambos.

No que diz respeito ao primeiro comentário, agradeço o esclarecimento efectuado pelo JR, que nos permitiu ficar a saber, em definitivo, que o vereador em questão não participou na votação em causa, tendo sido substituido por um seu camarada. E os amigos... são para as ocasiões.

No que diz respeito ao segundo comentário, o nosso amigo Zé do Barreiro deu provas de que é o tipo de pessoa que (tal como o Barreiro Cáustico) se esforça por pugnar pela verdade, pelo rigor e pela justiça, mas permita-me que lhe diga (meu amigo), que após ter tornado a ler o meu post anterior, não encontrei nele qualquer afirmação que permitisse deduzir que a pessoa em causa tivesse sido benificiada (no que diz respeito à construção da sua casa naquele local) em virtude de qualquer cargo autárquico que o mesmo ocupasse, mas já agora fica a questão que nunca terá resposta:

E se esta situção, em vez de se ter passado com a pessoa em causa, tivesse ocorrido com um outro “cidadão comum” qualquer (um que não pertencesse ao PCP, nem estivesse na calha para eventualmente vir a ser, um dia no futuro, o candidato do PCP a presidente), será que o projecto daquela “coisa”, para aquele local, era aprovado à mesma?

Na realidade eu limitei-me apenas e por um lado a constatar, aquilo que outro munícipe referiu em carta aberta e por outro lado, qualifiquei o autarca em causa como um “sortudo”, porque agora pertence ao grupo dos Cidadãos e Empresas que pagarão menos 30% nas taxas.
No entanto entendo que é bom que quaisquer dúvidas fiquem dissipadas e agradeço que o Zé (ou qualquer outro leitor) me chame à atenção, sempre que entender ter encontrado alguma falha, erro ou incorrecção da minha parte.

Obrigado uma vez mais,
Barreiro Cáustico


P.S. - Quero deixar bem claro, que em momento algum este blog serviu ou servirá como veículo para ataques pessoais, calúnias, mentiras ou manobras tipo “paparazi” que venham trazer a público a vida privada de quem quer que seja...
....Mas quero também reafirmar que, as coincidências são coisa rara na vida, pelo que, sempre que encontrarmos coincidências “a mais”, não deixaremos de as relatar e comentar.

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sexta-feira, setembro 29, 2006

Barreiro Cáustico -A Internet tem coisas fantásticas, não acham?

Por vezes fico espantado com as inesperadas coincidências que a vida e a net nos reservam, por isso, hoje proponho ao (e)leitor um pequeno passatempo do tipo “descubra as diferenças”, mas neste caso é ao contrário, pois o que eu lhe peço, é que “descubra as coincidências” entre os seguintes 12 itens:

No post “Festas do Barreiro 2006 ou o Milagre do Tijolo?” foi deixada uma questão no ar, sobre de que forma é que o Milagre do Tijolo ia ser pago, uma vez que eu não tinha duvidas de que seríam os barreirenses a paga-lo e bem pago...

No post seguinte intulado “A Paz” foi abordada a temática dos aumentos das tarifas da água e dos transportes e... em virtude dos comentários em boa hora efectuados pelo mais participativo dos nossos (e)leitores... veio ao de cima a questão da deliberação de câmara, relativa às taxas e ao Imposto Munícipal sobre Imóveis (IMI).

A proposta aprovada por unanimidade em sessão de câmara prevê uma redução de 30% nas taxas relativas à construção, reconstrução e conservação de imóveis no Barreiro Velho, com a justificação de que é necessário reabilitar essa zona.

As taxas referidas no número anterior são normalmente suportadas pelos Construtores Civis quando constroem ou reconstroem para revenda ou pelos proprietários quando fazem qualquer um dos tipos de obras já mencionado.

O Vereador Joaquim Matias, eleito pela CDU (ou será PCP, nunca sei bem), para além de ser vice-presidente da CMB, tem a seu cargo o Pelouro do Planeamento e Gestão Urbana (que, por acaso, julgo ser o que inclui os serviços que cobram as referidas taxas)

Ao pesquisar (no Jornal do Barreiro) com base no nome do referido vereador encontrei estas três cartas no correio do leitor, as quais são uma verdadeira delícia e que considero serem de leitura obrigatória:

Carta nº1
CARTA ABERTA AO SR. VEREADOR JOAQUIM MATIAS
De: Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva

Carta nº2
Resposta aberta à carta do Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva
De: Vereador Joaquim Matias


Carta nº3
A sua resposta à minha “carta aberta” deixou-me perplexo!
Direito de Resposta
De: Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva


A leitura das referidas cartas permitiu-me ficar a saber que o sr. Vereador e Vice-Presidente Joaquim Matias é possuidor de uma vivenda/casa que por acaso fica situada no Barreiro Velho. Também é referido nas cartas que a vivenda do vereador não se enquadra com a paisagem envolvente.

Dei-me ao trabalho de descobrir no terreno qual era a vivenda do vereador e qual não foi o meu espanto quando descobri que o homem morava num sítio que eu sempre julguei que era uma igreja ou capela de uma dessas novas religiões que andam por aí.

Acreditem-me é simplesmente arrepiante....

Estou sinceramente assustado com o que um homem, com a visão deste vereador, poderá ser capaz de fazer pelo o Barreiro ao nível do planeamento, enquadramento e arquitectura urbanos, depois e perante o meu assombro, um velho amigo comentou de forma espantada comigo:
“-Até parece impossível que tu ainda não soubesses de quem é o “MAUSOLÉU”, logo tu!!!.

Pois é, não sabia....mas agora já sei...


Nas referências jornalisticas à aprovação das Propostas na Sessão de Câmara encontro sempre a palavra “unanimidade”, o que me leva a presumir (embora com reservas) que o referido vereador tenha participado na votação das mesmas.


10º Não tenho bem a certeza, mas sempre pensei que os eleitos para cargos públicos não podiam ser juizes em causa própria e votar nas deliberações das quais viessem a colher quaisquer beneficios pessoais directos ou indirectos, ou seja, sempre pensei que um vereador que (por exemplo) tenha uma casa no Barreiro Velho não devia poder participar numa votação, relativa à criação de uma excepção à regra, que implique que ele próprio venha um dia a ter de pagar menos à câmara que o comum dos munícipes...

11º Mesmo que isto por qualquer motivo não seja ilegal, é definitivamente imoral e anti-ético (mas como ninguém se queixou deve estar tudo bem)...

12º Não sei se a casa do homem será algum dia reabilitável, mas se ele prometesse que a “mandava abaixo” e fazia uma nova, (mas desta vez normal e enquadrada com as outras), eu pessoalmente até defendia uma excepção com 0% de impostos e taxas (IRS incluido, mas só naquele ano).

Nota Importante:Assumo que ainda não descobri se existem outros membros do executivo que, (independentemente da força política que representem), também sejam proprietários de casas na mesma zona, mas prometo que vou tentar ....


Agora e antes de iniciar a leitura as nossas conclusões (e não vale fazer batota), considere-se o estimado (e)leitor desafiado a pensar no que leu até este ponto e a encontrar as coincidências e a retirar as suas próprias conclusões e depois verificar se foram idênticas às nossas....



Conclusão:
(e é agora que vou cumprir a promessa, que efectuei no post anterior, de ser construtivo)

Com a revisão do IMI e das outras taxas, o PCP tinha nas mãos uma oportunidade soberana para provar que realmente é o partido que afirma tão paulatinamente ser, mas que na realidade não é.

Se o PCP realmente tivesse a mínima das preocupações com “aqueles que menos têm”, teria proposto e feito aprovar reduções ou até isenções em função dos baixos rendimentos das pessoas, e essa sim, sería uma medida de profundo impacto para o Barreiro e para os Barreirenses mais carenciados económicamente.

Caso tal medida fosse aprovada e caso a mesma viesse a abranger todas as pessoas do Barreiro que passam por dificuldades financeiras reais, então talvez já pudessem os eleitos do PCP falar da redistribuição da riqueza como algo que querem efectivamente conquistar.
(a vossa sorte é que as “classes” mais desfavorecidas não lêem blogs, ou será que já começam a fazê-lo nos locais de acesso grátis à internet?).

É que o PCP Barreiro faz hoje, o que sempre soube fazer com grande mestria... e que é redistribuir a riqueza de todos, só por alguns que na realidade são sempre os mesmos, isto é: os tubarões do partido, e isto meus senhores, tem tanto de comunista por trás, como como a OPA da Sonae à PT, isto na realidade lembra-me aquela frase:
“Nothing personal my friends, it’s just business as usual” .

Admito, porém que com o modelo aprovado, muitas das pessoas carenciadas acima referidas saírão benificiadas, mas não esqueço, que tal benefício não ocorrerá devido ao facto do facto de as mesmas serem pobres, mas sim por terem a sorte de serem vizinhas de outros que são muito mais sortudos que elas...

Quando falo em sortudos refiro-me a pelo menos um sr. Vereador e Vice-Presidente da CMB, actual titular do Pelouro do Planeamento e Gestão Urbana da CMB pelos motivos já acima referidos e também me refiro a diversas firmas ligadas aos sectores construtivo e imobiliário que possuem inúmeros imóveis na zona em que é proposto o tal desconto de 30%..
(penso que os nossos perspicazes (e)leitores já estão a ver a ideia toda, digam lá se isto é, ou não é, do mais construtivo que já leram nas vossa vidas????)

é que... suspeito que as casas que virão a ser construidas, nunca virão a reflectir qualquer efeito do dito desconto no preço final proposto aos consumidores para aquisição das mesmas.

Pois é... A Internet tem coisas mesmo, mesmo, mas mesmo, mesmo fantásticas...


Coisas tão fantásticas que... até dá raiva de tão fantásticas que as marotas são.
Não acham?



Com os mais construtivos e fantásticos cumprimentos de sempre, deste vosso,
Barreiro Cáustico


PS- Quero apenas referir que mal posso esperar pelas festas do Barreiro 2007, ouvi dizer que vai haver dinheiro (originado pelos patrocinadores do costume) para trazer cá o Robbie Williams, a Maddona e os U2.
Nããããã! ..........Estava a brincar, devem ser “Os Anjos” outra vez.





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quarta-feira, setembro 27, 2006

Barreiro Cáustico - A Cassete


A Cassete Construtiva

No outro dia, ao ler um comentário, efectuado por um dos nossos ilustres (e)leitores, relativamente ao post “Festas do Barreiro 2006 ou o Milagre do Tijolo?” (“clique” aqui para a ler) , reparei que, o Barreiro Cáustico era qualificado por esse comentador como uma espécie de “cassete ao contrário” e que no seu entender o mesmo peca por ser básicamente pouco construtivo...

Na verdade, confesso que não estava nada preparado psicológicamente para levar com uma afirmação daquelas, um autentico “balde de água fria” e foi por isso mesmo, que ao responder-lhe, apesar de fazer uma breve referência à eventual construtividade deste Blog, optei por não comentar abertamente aquela frase que tanto me havia abalado na mais profunda das minhas convicções e que transcrevo em seguida:

“Acho o seu discurso, um pouco, a cassete ao contrário, e com pouco de construtivo.”

Como tristezas magoas e choradinhos não pagam dívidas (mesmo que desculpem e disfarcem muitas incapacidades naturais, como por exemplo para gerir municípios) e porque todos temos o direito de aprender com os nossos erros, cá vai uma declaração oficial:

Admitimos não ter sido construtivos nas apreciações efectuadas relativamente à gestão comunista do Barreiro (se é que se pode chamar-lhe gestão) e por esse mesmo motivo comprometemo-nos solenemente que a partir de hoje tudo faremos para tornar as nossas críticas em instrumentos escritos de criatividade cáustica construtiva.
Assina: Barreiro Cáustico


Pronto, afinal até nem custou assim tanto.



Mas... Preparem-se...

Porque o próximo post vai ser tão construtivo, tão construtivo, mas tão construtivo... que até vai dar raiva de tão construtivo que ele vai ser...


Cumprimentos Construtivos
Barreiro Cáustico


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quarta-feira, setembro 20, 2006

Barreiro Cáustico - A Paz


Sempre me habituei a pensar na paz como se esta fosse um caminho inevitável para o ser humano, mas será que a paz é sempre sinónimo de verdade, liberdade e felicidade ou, pelo contrário, será que não é mais que uma ilusão que resulta da mera acomodação por parte dos homens?


Este primeiro parágrafo poderá criar a ideia errada de que o Barreiro Cáustico passou a dedicar-se à construção de meras hipóteses teóricas ou pior... de devaneios filosóficos, mas descansem os nossos estimados (e)leitores, pois por aqui ainda existe sanidade mental suficiente para “não dar ponto sem nó”.

Nos dias que correm todos sabemos que a Guerra e o terrorismo estão na moda, como o provam os ataques ao Pentágono e às Torres Gémeas, ou os terrorismos de estado praticados em Cuba, quer pelos EUA que mantêm ilegalmente prisioneiros em Guantanamo com o intuito de lhes poderem aplicar técnicas de tortura durante os interrogatórios, técnicas essas que seriam consideradas criminosas em qualquer prisão americana, quer pelo martírio do Comunismo Cubano que teima em castrar as liberdades do seu povo, chegando a executar os jornalistas considerados incómodos para a ditadura.

Outro claro exemplo de como “o que está a dar” é o terrorismo, foi-nos fornecido pelos ternos abraços entre Miguel Portas do BE e o lider do hezbolah (não sei se é assim que se escreve, mas conta a intenção) aquando da visita do primeiro ao Libano à uns tempos atrás...

E o que dizer das FARC (também não sei se é assim que se escreve) na Festa do Avante 2006....

É que cultivar e vender droga para financiar uma revolução armada comunista na Columbia não é logo à partida muito ortodoxo... mas raptar individuos e exigir resgates pela sua libertação ou cometer assassinatos políticos talvez já seja mesmo um bocadinho terrorista... (pelo menos aos olhos da União Europeia e aos meus também).

Mas... como sempre o PCP esteve à altura das circunstâncias e lá comunicou que os senhores das FARC são comunistas e foi nessa qualidade que foram convidados para se fazerem representar... Daqui podemos depreender que para o PCP não interessam as atrocidades que um determinado “colectivo” pratique, desde que o faça em nome do comunismo.

Não me surpreende portanto, que na nossa sociedade se viva um certo culto belicista ou uma certa ideia de que os fins justificam sempre os meios...

Também não me surpreende que o Barreiro tenha voltado a servir de plataforma logistica e fonte de recursos materiais e humanos para as lutas do PCP contra o governo, com muitas manifestações, abaixo-assinados, petições, comissões de utentes dos serviços públicos, etc...

O que me surpreende é que num outro plano (mais autárquico), a nossa terra aparente atravessar um clima de paz social consolidada....

E é aqui que voltamos à questão do primeiro parágrafo, nós os barreirenses estaremos realmente tão satisfeitos e felizes com a gestão do PCP, que até o aumento das tarifas dos autocarros e da àgua nos parecem lógicas e justas?

Não digo que tais aumentos não sejam necessários, o que eu digo é que desta vez não vi manifestações, abaixo-assinados, petições ou comissões de utentes em luta pelos direitos dos cidadãos, nem li nenhum manifesto no qual, (à semelhança dos que são escritos contra o governo),
a CMB fosse qualificada como um “bicho papão que quer penalizar ainda mais os rendimentos dos que menos têm”.

Pois é, nada disto ocorreu... talvez porque todos ficamos felizes por terem finalmente ocorrido os aumentos da àgua e dos passes para os Autocarros que implicaram a diminuição do nosso poder de compra...

Ou talvez porque no barreiro só se protesta quando o PCP manda protestar e contra quem o PCP determinar, acomodando-se as hostes sempre é o próprio PCP (enquanto gestão autárquica) a meter as mãos nas nossas carteiras..

É caso para perguntar se estamos a viver realmente em paz ou mandaram-nos ficar acomodados e sorrir perante gestão das autarquias do Barreiro?


...Até à próxima e fiquem em PAZ ....


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domingo, agosto 20, 2006

Barreiro Cáustico - Festas do Barreiro 2006 ou o Milagre do Tijolo?

Agora que as Festas do Barreiro 2006 se aproximam do seu ponto mais alto (o qual, muito curiosamente coincide com o seu fim), sinto que é chegada também a hora de vos confidenciar alguns pensamentos, pensamentos esses que, como sempre, deixo à consideração da vossa liberdade e espiritos críticos....

Foi publicada, no Jornal Rostos no dia 18/ago/2006, uma breve entrevista “gentilmente” concedida pelo sr. presidente da Camara do Barreiro (clique aqui para a ler), na qual o edil desta cidade por entre a “cassete do choradinho” da falta de meios financeiros do costume, lá foi atirando os primeiros foguetes antes do fim da festa, afirmando que no seu entender e passamos a citar:

“Considero que globalmente as Festas foram positivas e que foram um êxito”


... Devo confessar que até achei piada à formula “simpática”, que desta vez foi utilizada pelo entrevistado, para tentar uma vez mais fazer passar a imagem propagandistica de que estas festas só ocorreram porque o Partido do Costume é tão competente na sua gestão autárquica que até conseguiu criar uma situação verdadeiramente insólita...

...senão veja-se que, mesmo sem ter dinheiro para mandar cantar um cego (como por ex. o Stevie Wonder), a CMB conseguiu realizar de forma positiva e com êxito o que parecia impossível:
As Festas do Barreiro 2006


Sim senhor, esta situação é realmente tão anómala, invulgar e única, que até parece um milagre...

Bem, na realidade até julgo que se lhe chamarmos milagre, não nos estaremos a afastar muito da verdade, pois... quando tudo parecia perdido e a máquina do PCP já tinha posto a circular os úteis rumores de que as Festas do Barreiro 2006 poderiam não vir a sair do papel...

Eis que... surgem os mecenas, sim... os patrocinadores privados, sim... os capitalistas barreirenses (na maior parte ligados ao sector da construção civil (clique aqui para conhecer melhor o programa das festas)) com quem o PCP Barreiro tanto gosta de avançar “de mãos dadas e aos beijos” rumo a um futuro urbano (do tipo: cidade dormitório soviética), bem planeado e controlado, futuro esse que não poderá deixar nunca de ser avaliado como globalmente positivo, muito lucrativo para a construção civil e em suma um êxito para o colectivo barreirense.

Confesso também, que inicialmente fiquei estupefacto perante a constatação de tal milagre ao qual resolvi atribuir o nome de “Milagre do Tijolo”, mas depois lembrei-me de uma frase de um economista famoso que afirmava convictamente:
“- Não há almoços de graça”

Para que conste, eu também não acredito que no mundo dos negócios ninguém dê nada a ninguém sem esperar obter algo em troca, eu também não acredito que existam almoços, lanches ou até jantares de graça (mesmo que sejam oferecidos aos trabalhadores da CMB no dia da cidade), eu também não acredito em milagres do tijolo baseados na benevolência, no amor pela comunidade e na consciência social das empresas barreirenses ligadas ao sector da construção civil e por último...

...Eu gostava que todos os barreirenses podessem conhecer de que forma é que este Milagre do Tijolo vai ser pago, uma vez que não duvido que seremos todos nós a paga-lo e bem pago... (quanto mais não seja e na melhor das hipóteses ocorrerá quando comprarmos casa nova, porque para conhecer a pior das hipóteses basta olhar para o mapa urbano desta terra...)

Bem, mas... enquanto isso não acontece... vamos dormindo de olhos abertos ao som dos “Anjos”, que até foram contratados para nos embalar e adormecer...
Boa noite e festas felizes...

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