quarta-feira, novembro 08, 2006

Barreiro Cáustico – O Défice... 2ª Parte


Aqui à tempos, Jorge Sampaio afirmou que “Há vida para além do défice”. Esta frase acabou por se tornar célebre e muito grata ao Partido do Costume, que se serve dela como “chavão” para atacar todas as tentativas de redução da despesa pública preconizadas pelo Governo...

E o que dizer da Câmara do Barreiro, agora que já que passou um ano desde que os comunistas tomaram posse, assumindo os destinos da autarquia?

O que foi efectivamente feito por Carlos Humberto e pela sua equipa para ultrapassar a grave crise financeira em que a Câmara se encontra mergulhada?


Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Será que os comunistas conhecem e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?


E os outros défices de que o Barreiro sofre à 32 anos?



(continuação)
É certo que as contas da autarquia barreirense refletem uma situação de défice.
Também é certo que a propaganda oficial do partido do costume, tratou de inculcar nos barreirenses a ideia de que o PCP (ou será a CDU) encontrou a Câmara do Barreiro mergulhada numa grave crise financeira que sería da inteira responsabilidade do PS nos quatro anos em que esteve no poder.

Até aqui, tudo normal... até o mais mal informado dos nossos (e)leitores sabe que o partido do costume nunca assume expressamente que errou no passado, que erra constantemente no presente e que não tem visão para o futuro...

Para além disso, todos nós sabemos que para o PC, a culpa nunca morre solteira...

...A culpa é sempre dos outros partidos (verdes não incluidos), do Governo, do Sócrates, do anterior executivo camarário, da Ministra, do Secretário de Estado, da senhora das fotocópias, dos computadores, do papa, dos americanos, do Soares, do Cavaco, do Bill Gates, do Mantorras....eu sei lá... a culpa é do resto do mundo e das pessoas não comunistas.

Em suma, a culpa e responsabilidade por tudo o que estiver mal é sempre dos “outros”.

Mas, debruçando-nos agora sobre o tema, própriamente dito, deste post e que é o défice, passamos a descrever como é que o Barreiro Cáustico avalía este primeiro ano de mandato do PC no Barreiro:

Em primeiro lugar entendemos que numa perspectiva conceptual, a situação que Carlos Humberto encontrou no Município do Barreiro, é em tudo muito semelhante às situações que, quer Sócrates, quer Durão Barroso encontraram no País, aquando da tomada de posse de cada um.
Como é óbvio, faço esta afirmação não com base nos valores financeiros em causa, mas sim com base no conceito de que qualquer um destes senhores encontrou, (no quadro do exercicio dos seus mandatos), contas públicas em situação de défice, ou seja numa situação em que as receitas não cobrem as despesas.


Será que há vida para além do défice das contas municipais?

Aparentemente não há e afirmo isto porque ao observar o discurso do sr Presidente da Câmara, verifiquei que todos os esforços foram feitos para causar o máximo de alarmismo, tendo a CMB sido apresentada aos olhos do mundo como uma instituição virtualmente à beira da falência.

Lembram-se desta estratégia?
Pois é... tal e qual a do sr Durão Barroso que afirmava que o País estáva de “tanga” e com isso comprou mais uns meses de sossego que lhe permitiram ganhar o tempo suficiente para resolver a sua vidinha e fugir para Bruxelas pouco antes de os Portugueses perceberem que o PSD não fazia minima ideia sobre como devería o défice ser reduzido.

Também Carlos Humberto sabia que não tinha ideias, nem projectos realmente credíveis e inovadores para o Barreiro e por isso, apostou na única coisa que o seu partido sabe fazer e que foi básicamente potenciar a mistificação da irresponsabilidade e a propaganda miserabilista do PCP com base no conceito de que o Município do Barreiro não tem dinheiro.

Assim Carlos Humberto, sempre que alguém lhe exigiu trabalho e obra, agarrou-se com “unhas e dentes” à afirmação:
“-Eu até gostava muito e fazer algumas coisas, mas herdamos uma grande dívida e a autarquia não tem verbas...”.
Esta postura de auto-vitimização tem-lhe rendido alguns frutos, permitido entre outras coisas, desviar as atenções da população relativamente à incapacidade, ao laxismo e à incompetência do seu executivo.
Quem sabe se, com uma postura destas, também não o veremos a fazer companhia ao Durão em Bruxelas..
...talvez um dia destes..


E no capítulo da Gestão Autárquica própriamente dita?

Será que os comunistas (que tanto criticam a obsessão do Governo com os números), quando estão no poder, implementam e praticam outras formas de gerir os dinheiros públicos, em que os números não sejam mais importantes que as pessoas?

Ou estaremos apenas perante a mera banalização da demagogia e da dissimulação nas suas formas mais puras?



As respostas para estas perguntas ficam para o post que se segue...
Não perca as “cenas dos próximos capítulos”.... a 3ª parte será publicada muito em breve
(Continua)


Deste, ainda em grave e profunda dívida para convosco,
Barreiro Cáustico


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