domingo, novembro 13, 2005

Barreiro Cáustico - O Sagrado e o Profano...

Não deixa de ser curioso, que nestes tempos ditos modernos ainda se possa constatar (como no caso da foto tirada em Lisboa no dia 12-11-2005) a afirmação do Sagrado sobre o Profano...


...mas o que ainda não compreendi completamente é o facto de o amor ou o afecto, enquanto valores que eu julgava serem maiores, serem tratados, pelos senhores que podem e mandam nestas coisas da religião, como questões de carácter profano, sempre que entendidas numa perspectiva de exteriorização física, pois quando não nos comportamos como animais irracionais(porque esses é que têm sexo só com o fim de procriar) e optamos por exteriorizar racionalmente as nossas emoções e sentimentos por outrem, de forma física e não reprodutiva, somos imediatamente catalogados como pecadores, isto porque gostamos de uma coisa muito má, que se chama: dar e receber prazer...

...em contraponto, posso sempre observar da parte dos mesmos senhores, uma óbvia e intencional sacralização da ostentação pública de riqueza por parte da Igreja, como o sejam as vestes, as joias, ou como no caso desta fotografia e fazendo "fé" nas notícias na TV, a coroa em ouro incrustada com pedras preciosas que se pode observar sobre a cabeça da imagem da santa...

Não se entenda nas minhas palavras alguma antipatía para com as religiões em geral e muito menos para com a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, mas afinal, subsistem estas questões no meu espírito:

Então o outro senhor...

(sim, aquele que era bom, simples, humilde, recto, honesto, respeitador e amigo da humanidade e que foi executado pelos senhores que podiam e mandavam nestas coisas da religião e do Estado à 2005 anos atrás por ser incómodo e que por acaso até inspirou a fundação da Igreja Católica)

... não tinha já expulso os vendilhões da casa do pai dele?

... e a ganância e a vaidade, já não fazem parte dos 7 pecados mortais?

É que, quando os vemos nas cerimónias ( aos senhores que podem e mandam na religião) tão ricamente vestidos e enfeitados, até nos podiamos sentir "tentados" a pensar que já não deve haver nenhum miserável no mundo e que, como já não havía o que fazer ao dinheiro, então esses senhores teríam muito naturalmente apostado na renovação dos seus guarda-roupas e acessórios de luxo...

Para concluir, deixo a seguinte pérola de sabedoría popular:

Faz o que eu digo... (este é o lado sagrado da coisa)

... mas não faças o que eu faço. (e este, está-se mesmo a ver, que é o profano)


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