sexta-feira, setembro 29, 2006

Barreiro Cáustico -A Internet tem coisas fantásticas, não acham?

Por vezes fico espantado com as inesperadas coincidências que a vida e a net nos reservam, por isso, hoje proponho ao (e)leitor um pequeno passatempo do tipo “descubra as diferenças”, mas neste caso é ao contrário, pois o que eu lhe peço, é que “descubra as coincidências” entre os seguintes 12 itens:

No post “Festas do Barreiro 2006 ou o Milagre do Tijolo?” foi deixada uma questão no ar, sobre de que forma é que o Milagre do Tijolo ia ser pago, uma vez que eu não tinha duvidas de que seríam os barreirenses a paga-lo e bem pago...

No post seguinte intulado “A Paz” foi abordada a temática dos aumentos das tarifas da água e dos transportes e... em virtude dos comentários em boa hora efectuados pelo mais participativo dos nossos (e)leitores... veio ao de cima a questão da deliberação de câmara, relativa às taxas e ao Imposto Munícipal sobre Imóveis (IMI).

A proposta aprovada por unanimidade em sessão de câmara prevê uma redução de 30% nas taxas relativas à construção, reconstrução e conservação de imóveis no Barreiro Velho, com a justificação de que é necessário reabilitar essa zona.

As taxas referidas no número anterior são normalmente suportadas pelos Construtores Civis quando constroem ou reconstroem para revenda ou pelos proprietários quando fazem qualquer um dos tipos de obras já mencionado.

O Vereador Joaquim Matias, eleito pela CDU (ou será PCP, nunca sei bem), para além de ser vice-presidente da CMB, tem a seu cargo o Pelouro do Planeamento e Gestão Urbana (que, por acaso, julgo ser o que inclui os serviços que cobram as referidas taxas)

Ao pesquisar (no Jornal do Barreiro) com base no nome do referido vereador encontrei estas três cartas no correio do leitor, as quais são uma verdadeira delícia e que considero serem de leitura obrigatória:

Carta nº1
CARTA ABERTA AO SR. VEREADOR JOAQUIM MATIAS
De: Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva

Carta nº2
Resposta aberta à carta do Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva
De: Vereador Joaquim Matias


Carta nº3
A sua resposta à minha “carta aberta” deixou-me perplexo!
Direito de Resposta
De: Munícipe Nuno Carlos Oliveira da Silva


A leitura das referidas cartas permitiu-me ficar a saber que o sr. Vereador e Vice-Presidente Joaquim Matias é possuidor de uma vivenda/casa que por acaso fica situada no Barreiro Velho. Também é referido nas cartas que a vivenda do vereador não se enquadra com a paisagem envolvente.

Dei-me ao trabalho de descobrir no terreno qual era a vivenda do vereador e qual não foi o meu espanto quando descobri que o homem morava num sítio que eu sempre julguei que era uma igreja ou capela de uma dessas novas religiões que andam por aí.

Acreditem-me é simplesmente arrepiante....

Estou sinceramente assustado com o que um homem, com a visão deste vereador, poderá ser capaz de fazer pelo o Barreiro ao nível do planeamento, enquadramento e arquitectura urbanos, depois e perante o meu assombro, um velho amigo comentou de forma espantada comigo:
“-Até parece impossível que tu ainda não soubesses de quem é o “MAUSOLÉU”, logo tu!!!.

Pois é, não sabia....mas agora já sei...


Nas referências jornalisticas à aprovação das Propostas na Sessão de Câmara encontro sempre a palavra “unanimidade”, o que me leva a presumir (embora com reservas) que o referido vereador tenha participado na votação das mesmas.


10º Não tenho bem a certeza, mas sempre pensei que os eleitos para cargos públicos não podiam ser juizes em causa própria e votar nas deliberações das quais viessem a colher quaisquer beneficios pessoais directos ou indirectos, ou seja, sempre pensei que um vereador que (por exemplo) tenha uma casa no Barreiro Velho não devia poder participar numa votação, relativa à criação de uma excepção à regra, que implique que ele próprio venha um dia a ter de pagar menos à câmara que o comum dos munícipes...

11º Mesmo que isto por qualquer motivo não seja ilegal, é definitivamente imoral e anti-ético (mas como ninguém se queixou deve estar tudo bem)...

12º Não sei se a casa do homem será algum dia reabilitável, mas se ele prometesse que a “mandava abaixo” e fazia uma nova, (mas desta vez normal e enquadrada com as outras), eu pessoalmente até defendia uma excepção com 0% de impostos e taxas (IRS incluido, mas só naquele ano).

Nota Importante:Assumo que ainda não descobri se existem outros membros do executivo que, (independentemente da força política que representem), também sejam proprietários de casas na mesma zona, mas prometo que vou tentar ....


Agora e antes de iniciar a leitura as nossas conclusões (e não vale fazer batota), considere-se o estimado (e)leitor desafiado a pensar no que leu até este ponto e a encontrar as coincidências e a retirar as suas próprias conclusões e depois verificar se foram idênticas às nossas....



Conclusão:
(e é agora que vou cumprir a promessa, que efectuei no post anterior, de ser construtivo)

Com a revisão do IMI e das outras taxas, o PCP tinha nas mãos uma oportunidade soberana para provar que realmente é o partido que afirma tão paulatinamente ser, mas que na realidade não é.

Se o PCP realmente tivesse a mínima das preocupações com “aqueles que menos têm”, teria proposto e feito aprovar reduções ou até isenções em função dos baixos rendimentos das pessoas, e essa sim, sería uma medida de profundo impacto para o Barreiro e para os Barreirenses mais carenciados económicamente.

Caso tal medida fosse aprovada e caso a mesma viesse a abranger todas as pessoas do Barreiro que passam por dificuldades financeiras reais, então talvez já pudessem os eleitos do PCP falar da redistribuição da riqueza como algo que querem efectivamente conquistar.
(a vossa sorte é que as “classes” mais desfavorecidas não lêem blogs, ou será que já começam a fazê-lo nos locais de acesso grátis à internet?).

É que o PCP Barreiro faz hoje, o que sempre soube fazer com grande mestria... e que é redistribuir a riqueza de todos, só por alguns que na realidade são sempre os mesmos, isto é: os tubarões do partido, e isto meus senhores, tem tanto de comunista por trás, como como a OPA da Sonae à PT, isto na realidade lembra-me aquela frase:
“Nothing personal my friends, it’s just business as usual” .

Admito, porém que com o modelo aprovado, muitas das pessoas carenciadas acima referidas saírão benificiadas, mas não esqueço, que tal benefício não ocorrerá devido ao facto do facto de as mesmas serem pobres, mas sim por terem a sorte de serem vizinhas de outros que são muito mais sortudos que elas...

Quando falo em sortudos refiro-me a pelo menos um sr. Vereador e Vice-Presidente da CMB, actual titular do Pelouro do Planeamento e Gestão Urbana da CMB pelos motivos já acima referidos e também me refiro a diversas firmas ligadas aos sectores construtivo e imobiliário que possuem inúmeros imóveis na zona em que é proposto o tal desconto de 30%..
(penso que os nossos perspicazes (e)leitores já estão a ver a ideia toda, digam lá se isto é, ou não é, do mais construtivo que já leram nas vossa vidas????)

é que... suspeito que as casas que virão a ser construidas, nunca virão a reflectir qualquer efeito do dito desconto no preço final proposto aos consumidores para aquisição das mesmas.

Pois é... A Internet tem coisas mesmo, mesmo, mas mesmo, mesmo fantásticas...


Coisas tão fantásticas que... até dá raiva de tão fantásticas que as marotas são.
Não acham?



Com os mais construtivos e fantásticos cumprimentos de sempre, deste vosso,
Barreiro Cáustico


PS- Quero apenas referir que mal posso esperar pelas festas do Barreiro 2007, ouvi dizer que vai haver dinheiro (originado pelos patrocinadores do costume) para trazer cá o Robbie Williams, a Maddona e os U2.
Nããããã! ..........Estava a brincar, devem ser “Os Anjos” outra vez.





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quarta-feira, setembro 27, 2006

Barreiro Cáustico - A Cassete


A Cassete Construtiva

No outro dia, ao ler um comentário, efectuado por um dos nossos ilustres (e)leitores, relativamente ao post “Festas do Barreiro 2006 ou o Milagre do Tijolo?” (“clique” aqui para a ler) , reparei que, o Barreiro Cáustico era qualificado por esse comentador como uma espécie de “cassete ao contrário” e que no seu entender o mesmo peca por ser básicamente pouco construtivo...

Na verdade, confesso que não estava nada preparado psicológicamente para levar com uma afirmação daquelas, um autentico “balde de água fria” e foi por isso mesmo, que ao responder-lhe, apesar de fazer uma breve referência à eventual construtividade deste Blog, optei por não comentar abertamente aquela frase que tanto me havia abalado na mais profunda das minhas convicções e que transcrevo em seguida:

“Acho o seu discurso, um pouco, a cassete ao contrário, e com pouco de construtivo.”

Como tristezas magoas e choradinhos não pagam dívidas (mesmo que desculpem e disfarcem muitas incapacidades naturais, como por exemplo para gerir municípios) e porque todos temos o direito de aprender com os nossos erros, cá vai uma declaração oficial:

Admitimos não ter sido construtivos nas apreciações efectuadas relativamente à gestão comunista do Barreiro (se é que se pode chamar-lhe gestão) e por esse mesmo motivo comprometemo-nos solenemente que a partir de hoje tudo faremos para tornar as nossas críticas em instrumentos escritos de criatividade cáustica construtiva.
Assina: Barreiro Cáustico


Pronto, afinal até nem custou assim tanto.



Mas... Preparem-se...

Porque o próximo post vai ser tão construtivo, tão construtivo, mas tão construtivo... que até vai dar raiva de tão construtivo que ele vai ser...


Cumprimentos Construtivos
Barreiro Cáustico


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quarta-feira, setembro 20, 2006

Barreiro Cáustico - A Paz


Sempre me habituei a pensar na paz como se esta fosse um caminho inevitável para o ser humano, mas será que a paz é sempre sinónimo de verdade, liberdade e felicidade ou, pelo contrário, será que não é mais que uma ilusão que resulta da mera acomodação por parte dos homens?


Este primeiro parágrafo poderá criar a ideia errada de que o Barreiro Cáustico passou a dedicar-se à construção de meras hipóteses teóricas ou pior... de devaneios filosóficos, mas descansem os nossos estimados (e)leitores, pois por aqui ainda existe sanidade mental suficiente para “não dar ponto sem nó”.

Nos dias que correm todos sabemos que a Guerra e o terrorismo estão na moda, como o provam os ataques ao Pentágono e às Torres Gémeas, ou os terrorismos de estado praticados em Cuba, quer pelos EUA que mantêm ilegalmente prisioneiros em Guantanamo com o intuito de lhes poderem aplicar técnicas de tortura durante os interrogatórios, técnicas essas que seriam consideradas criminosas em qualquer prisão americana, quer pelo martírio do Comunismo Cubano que teima em castrar as liberdades do seu povo, chegando a executar os jornalistas considerados incómodos para a ditadura.

Outro claro exemplo de como “o que está a dar” é o terrorismo, foi-nos fornecido pelos ternos abraços entre Miguel Portas do BE e o lider do hezbolah (não sei se é assim que se escreve, mas conta a intenção) aquando da visita do primeiro ao Libano à uns tempos atrás...

E o que dizer das FARC (também não sei se é assim que se escreve) na Festa do Avante 2006....

É que cultivar e vender droga para financiar uma revolução armada comunista na Columbia não é logo à partida muito ortodoxo... mas raptar individuos e exigir resgates pela sua libertação ou cometer assassinatos políticos talvez já seja mesmo um bocadinho terrorista... (pelo menos aos olhos da União Europeia e aos meus também).

Mas... como sempre o PCP esteve à altura das circunstâncias e lá comunicou que os senhores das FARC são comunistas e foi nessa qualidade que foram convidados para se fazerem representar... Daqui podemos depreender que para o PCP não interessam as atrocidades que um determinado “colectivo” pratique, desde que o faça em nome do comunismo.

Não me surpreende portanto, que na nossa sociedade se viva um certo culto belicista ou uma certa ideia de que os fins justificam sempre os meios...

Também não me surpreende que o Barreiro tenha voltado a servir de plataforma logistica e fonte de recursos materiais e humanos para as lutas do PCP contra o governo, com muitas manifestações, abaixo-assinados, petições, comissões de utentes dos serviços públicos, etc...

O que me surpreende é que num outro plano (mais autárquico), a nossa terra aparente atravessar um clima de paz social consolidada....

E é aqui que voltamos à questão do primeiro parágrafo, nós os barreirenses estaremos realmente tão satisfeitos e felizes com a gestão do PCP, que até o aumento das tarifas dos autocarros e da àgua nos parecem lógicas e justas?

Não digo que tais aumentos não sejam necessários, o que eu digo é que desta vez não vi manifestações, abaixo-assinados, petições ou comissões de utentes em luta pelos direitos dos cidadãos, nem li nenhum manifesto no qual, (à semelhança dos que são escritos contra o governo),
a CMB fosse qualificada como um “bicho papão que quer penalizar ainda mais os rendimentos dos que menos têm”.

Pois é, nada disto ocorreu... talvez porque todos ficamos felizes por terem finalmente ocorrido os aumentos da àgua e dos passes para os Autocarros que implicaram a diminuição do nosso poder de compra...

Ou talvez porque no barreiro só se protesta quando o PCP manda protestar e contra quem o PCP determinar, acomodando-se as hostes sempre é o próprio PCP (enquanto gestão autárquica) a meter as mãos nas nossas carteiras..

É caso para perguntar se estamos a viver realmente em paz ou mandaram-nos ficar acomodados e sorrir perante gestão das autarquias do Barreiro?


...Até à próxima e fiquem em PAZ ....


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