terça-feira, maio 16, 2006

Barreiro Cáustico - A Burla

Considero que existe uma grande diferença entre o conceito de “Ouvir para Decidir” (a tal nova fómula mágica, do comunismo, para a reinvenção da democracia barreirense) e a realidade que efectivamente se vive na nossa terra, que é a de “mandar alguém (normalmente afecto ao PCP) dizer aquilo que se quer ouvir”, para depois se poder aparentar, que se está a decidir indo ao encontro dos desejos da maioria da população, quando na realidade se está apenas a “decidir aquilo que já se tinha decidido anteriormente nas reuniões da casa dos azulejos, sem se ter ouvido rigorosamente ninguém”.

Este método consiste numa forma perversa de simular a existência de uma forte e eficaz prática democrática, por parte de quem lidera a CMB, na mente do cidadão eleitor, criando-lhe a ilusão de que este pode e consegue efectivamente participar de forma activa nas decisões que afectam o desenvolvimento do concelho.


O (e)leitor ficou confuso?

Se ficou não se preocupe, é perfeitamente normal que as pessoas honestas se sintam confusas quando alguém lhes tenta explicar pela primeira vez que estão a ser vitimas de uma “burla”.

Então (e só para aqueles que ainda não chegaram lá à primeira) cá vai um pequeno exemplo prático de como as coisas efectivamente funcionam cá no “burgo operário”:

Depois das merecidas(!!!) honras nas primeiras páginas dos jornais do concelho do Barreiro, com a “inauguração” da primeira grande obra estruturante realizada pela gestão actual da CMB, como o é o facto de esta ter procedido à colocação de Bandas Largas de desaceleração automóvel numa estrada do Lavradio (sim, foi numa estrada, não se trata de nenhuma evolução tecnológica ligada à banda larga informática).

Eis que... para surpresa nossa... depois colocação das lombas, se detectou que nessa mesma freguesia (Lavradio), surgiu um movimento opcional de participação reivindicativa, que vem solicitar, respeitosamente, a resolução de graves problemas relacionados com uma vala real que, e passo a ironia, já lá está vai para mais de 3 anos... (ver notícia)

Percebe-se, pela leitura das notícias, que à frente deste movimento, está um caríssimo concidadão reconhecido como um fervoroso militante contra tudo o que não tiver origem no PCP.

Poder-se-ia, portanto, considerar como estranha e contra-natura esta acção reivindicativa, uma vez que a mesma parte de alguém cuja fidelidade ao partido comunista é inquestionável e tem como alvo institucional a própria CMB, que por sua vez também é controlada pelo PCP...

Mas, como nestas coisas há sempre um “mas”, facilmente se compreende que com um reivindicador deste “calibre” à frente da cooperativa (perdão, quero dizer associação de moradores, tal como foi “inocentemente” sugerido pela vereadora comunista), só posso concluir que tal reivindicação, só foi efectuada porque já se sabia à partida que o problema irá ser alvo de resolução (ou de “atamancanço”) a breve trecho.

Isto, não é mais nem menos, do que Propaganda ou Manipulação da Opinião Pública, pois desvia-se a atenção dos barreirenses para questões que não foram resolvidos pelo executivo anterior e apresenta-se o PCP ao eleitor como o “salvador da pátria”, aquele que faz obra de fundo (põe lombas e limpa valas) por um barreiro melhor.

O que não é dito à população, é que os manipuladores reivindicativos fazem o favor de só levantar os problemas perante a opinião pública nos momentos certos... (ou seja... nos “timings” previamente definidos pelo PCP).


Conclusão: No Barreiro é permitido reivindicar, mas só nas matérias autorizadas pelo partido, sendo que o partido só autoriza a reivindicação das matérias que sabe poder resolver no curto prazo... desta forma a população acredita na tal gestão que afirma “saber ouvir para decidir”.

Quanto às soluções para os outros problemas, essas só serão reivindicadas, ouvidas e decididas quando o partido já tiver a solução “na manga” para as mesmas...

E até lá :
Bico bem calado...

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