domingo, novembro 20, 2005

Barreiro Cáustico - Opções Participadas...


Pergunta:
... Valeu a pena ter partido à aventura? ...e tido o trabalho de ir até à Junta de Freguesia da minha àrea de residência
...Para acompanhar a acção de cosmética promovida pelo novo executivo e que se podia intitular:
Faz de conta que contamos com a vossa opinião ( sim, a dos que cheiram mal também) para fazermos hoje o que nunca fizemos em 27 anos de poder autáquico comunista no Barreiro, ou seja, uma gestão com respeito pelo próximo, seja ele quem fôr....

Ou seja, senti que assisti a uma mera manobra de marketing político, o que não deixa de ser interessante na avaliação da postura de um partido, que até já usa as caras dos seus lideres nos cartazes.



Resposta:

Infelizmente não valeu a pena...
E digo isto porque que se revela muito mais simples e frutuoso, ir ao café / tasca lá da zona e ficar a saber já hoje, através dos eternos exibicionistas da sua próximidade ou proeminência no partido, quais foram as decisões deliberadas em assembleia secreta de voto livre na reunião de ontem na sede do partido (ou seja, de mão no ar, que a malta não quer cá infiltrados a destabilizar o partido nas votações que toda a gente reconhece serem completamente livres e por ironia do destino sempre unânimes e coincidentes com a linha já assumida anteriormente pelo partido).

Este tipo de informações proferidas sem pudor, em voz alta e à boca cheia são sempre interessantissimas, por ficou muito claro para mim que posso sempre saber com a devida antecedência quais são as decisões que o presidente vai anunciar e assinar amanhã, como se fossem suas...

... Gestão mais participada do que esta é realmente impossivel....

.. pena é, que com tanto “partido” envolvido, o Barreiro e os Barreirenses nunca sejam o tópico das conversas no café / tasca da zona e que eu tenho o privilégio de ouvir todas as manhãs...


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terça-feira, novembro 15, 2005

Barreiro Cáustico - A Transparência e as Primeiras Chuvas Estivais


Quando falamos de Transparência, enquanto atributo na gestão de uma Câmara Municipal, presumimos habitualmente que estamos perante uma qualidade, que, normalmente se salienta como positiva...

... Mas, a verdade é que a língua portuguesa, muitas vezes, se revela como sendo vil e ironicamente traiçoeira, ao permitir leituras diversas das instituidas...

... Senão veja-se:

Sempre que olhamos para um qualquer material, dito transparente, verificamos que podemos vislumbrar, através do mesmo, as coisas que se encontrem por este encobertas.

Esta é uma constatação óbvia, mas na realidade a transparência também pode surgir como uma ilusão, ou até mesmo um artifício, pois ao deixar-se atravessar pelo olhar, o objecto dito transparente, consegue com isso, passar serenamente despercebido, pois sabe que, a nenhum dos incautos que o observam, ocorrerá sequer a ideia de tentar perceber realmente o seu âmago, as suas motivações ou a sua forma de agir...

... E esse objecto de observação pode sorrir controlada e educadamente, e sentir-se descansado, pois também sabe que nós os Barreirenses, só vislumbraremos o futuro através dele e na exacta medida em que ele permitir que os nossos olhos vejam para lá da sua transparência...

...O único senão, é que como é sabido, também podem existir coisas transparentes como o ferro, ou o aço, que é azulado, gélido, macio, flexível e muito, mas muito resistente e ... Opaco.


Para finalizar, o BARREIRO CÁUSTICO, teve oportunidade de constatar que as primeiras chuvas estivais já chegaram e com elas, deu-se início ao processo...

... agora tudo está a ficar mais transparente, ou pelo menos, mais translúcido, (como se pode verificar na foto)...

... Temos pena, que também esta promessa eleitoral, já se tenha começado a desfazer, apenas com a primeiras e parcas chuvas de inverno, neste tão terrível ano de seca extrema...


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domingo, novembro 13, 2005

Barreiro Cáustico - O Sagrado e o Profano...

Não deixa de ser curioso, que nestes tempos ditos modernos ainda se possa constatar (como no caso da foto tirada em Lisboa no dia 12-11-2005) a afirmação do Sagrado sobre o Profano...


...mas o que ainda não compreendi completamente é o facto de o amor ou o afecto, enquanto valores que eu julgava serem maiores, serem tratados, pelos senhores que podem e mandam nestas coisas da religião, como questões de carácter profano, sempre que entendidas numa perspectiva de exteriorização física, pois quando não nos comportamos como animais irracionais(porque esses é que têm sexo só com o fim de procriar) e optamos por exteriorizar racionalmente as nossas emoções e sentimentos por outrem, de forma física e não reprodutiva, somos imediatamente catalogados como pecadores, isto porque gostamos de uma coisa muito má, que se chama: dar e receber prazer...

...em contraponto, posso sempre observar da parte dos mesmos senhores, uma óbvia e intencional sacralização da ostentação pública de riqueza por parte da Igreja, como o sejam as vestes, as joias, ou como no caso desta fotografia e fazendo "fé" nas notícias na TV, a coroa em ouro incrustada com pedras preciosas que se pode observar sobre a cabeça da imagem da santa...

Não se entenda nas minhas palavras alguma antipatía para com as religiões em geral e muito menos para com a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, mas afinal, subsistem estas questões no meu espírito:

Então o outro senhor...

(sim, aquele que era bom, simples, humilde, recto, honesto, respeitador e amigo da humanidade e que foi executado pelos senhores que podiam e mandavam nestas coisas da religião e do Estado à 2005 anos atrás por ser incómodo e que por acaso até inspirou a fundação da Igreja Católica)

... não tinha já expulso os vendilhões da casa do pai dele?

... e a ganância e a vaidade, já não fazem parte dos 7 pecados mortais?

É que, quando os vemos nas cerimónias ( aos senhores que podem e mandam na religião) tão ricamente vestidos e enfeitados, até nos podiamos sentir "tentados" a pensar que já não deve haver nenhum miserável no mundo e que, como já não havía o que fazer ao dinheiro, então esses senhores teríam muito naturalmente apostado na renovação dos seus guarda-roupas e acessórios de luxo...

Para concluir, deixo a seguinte pérola de sabedoría popular:

Faz o que eu digo... (este é o lado sagrado da coisa)

... mas não faças o que eu faço. (e este, está-se mesmo a ver, que é o profano)


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